Posso Mandar o Funcionário Voltar se Ele Chegar Atrasado

Você pode mandar o funcionário voltar por atraso, mas isso pode gerar conflitos trabalhistas e prejudicar o clima organizacional.


Sim, o empregador pode determinar que o funcionário volte para casa ou para sua atividade inicial se ele chegar atrasado, desde que essa medida esteja prevista na política interna da empresa ou no contrato de trabalho. Contudo, é importante que essa ação seja feita respeitando a legislação trabalhista vigente, garantindo o direito ao salário proporcional pelo período trabalhado e evitando penalidades indevidas.

Este artigo abordará as regras legais sobre atrasos no ambiente de trabalho, os direitos do empregador e do empregado, além das práticas recomendadas para lidar com essa situação sem infringir normas. Explicaremos quando é possível exigir que o funcionário retorne, como calcular o desconto do salário correspondente ao atraso e quais são as alternativas para evitar conflitos, como advertências e acordos de compensação de horas. Também destacaremos a importância de comunicação clara e de políticas internas bem definidas para a gestão de atrasos.

Legislação sobre atrasos no trabalho

Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o atraso do funcionário pode ser descontado proporcionalmente no salário. O empregador pode descontar as horas não trabalhadas, salvo se houver acordo entre as partes para compensação. Mandar o funcionário voltar para casa ou deixá-lo aguardando é uma medida possível, porém deve ser aplicada com cautela para evitar violação de direitos.

Como aplicar a medida de retorno em caso de atraso

  • Política interna clara: A empresa deve ter regras definidas sobre atrasos para justificar possíveis medidas.
  • Comunicação imediata: Ao chegar atrasado, o funcionário deve ser informado das consequências.
  • Registro do atraso: Documentar o horário de chegada para controle e futuras ações disciplinares.
  • Desconto proporcional: O salário deve ser reduzido conforme o tempo não trabalhado.

Alternativas para lidar com atrasos sem mandar o funcionário embora

Além de requerer o retorno do empregado, outras opções mais adequadas podem ser adotadas, como:

  1. Advertências verbais ou escritas.
  2. Acertos de compensação de horas em datas futuras.
  3. Flexibilização de horários quando possível.
  4. Promoção de programas de conscientização sobre a importância da pontualidade.

Consequências Legais de Dispensar Empregado por Atraso

Quando o empregador decide dispensar um funcionário por atrasos recorrentes, é fundamental compreender as implicações jurídicas envolvidas para evitar problemas trabalhistas.

Base Legal para a Dispensa por Atraso

A legislação trabalhista brasileira, especialmente a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), estabelece que a dispensa por justa causa deve ser aplicada apenas em situações graves, como mau comportamento, desídia ou falta reiterada. O atraso isolado, mesmo que frequente, pode não configurar uma falta grave suficiente para a demissão imediata, a não ser que esteja previsto no contrato ou regulamento interno.

Tolerância e Gradualidade na Advertência

Antes de considerar a dispensa, o indicado é que o empregador utilize uma série de medidas progressivas, como:

  • Advertências verbais
  • Advertências por escrito
  • Suspensões em casos mais graves

Esse processo garante o direito ao contraditório e ampla defesa ao empregado, evitando que a empresa seja acusada de agir de forma arbitrária.

Exemplo Prático e Jurisprudência

Um caso clássico julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) envolveu a dispensa por justa causa de um empregado que acumulava mais de 30 atrasos em um período de 6 meses. O Tribunal entendeu que a repetição da conduta, aliada à prévia advertência formal, justificava a demissão por justa causa, desde que o empregador tenha seguido os ritos disciplinares previstos.

Riscos da Demissão Indevida

Se a demissão por atraso for feita de forma precipitada, sem notificações anteriores, o funcionário pode ingressar com uma reclamação trabalhista alegando demissão sem justa causa ou ressarcimento por dispensa arbitrária.

As possíveis consequências para o empregador incluem:

  1. Pagamento de indenizações referentes às verbas rescisórias
  2. Multas administrativas
  3. Obrigação de reintegrar o funcionário

Tabela Comparativa: Dispensa por Atraso x Demissão Justa causa

AspectoDispensa por Atraso – Sem Justa CausaDemissão por Justa Causa (Atrasos Reiterados)
Prévia AdvertênciaNão necessariamente exigidaObrigatória (advertência escrita ou suspensão)
Natureza da FaltaFalta leveFalta grave
Direitos RescisóriosPagamento integralPagamentos limitados (perda de aviso prévio, multa do FGTS)
Risco de ReclamaçãoBaixo se feito corretamenteAlto se sem justificativa robusta

Recomendações Práticas para o Empregador

  • Documente todos os atrasos com registros de ponto e justificativas do empregado.
  • Implemente uma política clara de horários e advertências, comunicando a todos.
  • Utilize medidas progressivas para corrigir a conduta antes de qualquer demissão.
  • Consulte a assessoria jurídica para determinar se a conduta do empregado configura justa causa.

Lembre-se: agir com cautela e transparência evita riscos legais e fortalece o relacionamento entre empregador e funcionário.

Perguntas Frequentes

Posso mandar o funcionário voltar para casa se ele chegar atrasado?

Não, a legislação trabalhista não permite que o empregador mande o funcionário embora por atraso sem a devida comunicação ou acordo prévio.

O atraso pode ser descontado do salário do funcionário?

Sim, o atraso pode ser descontado proporcionalmente ao tempo não trabalhado, desde que comprovado.

Quais são as consequências de permitir atrasos frequentes?

Atrasos constantes podem levar a advertências, suspensões e até demissão por justa causa, dependendo da política da empresa.

O que fazer se o funcionário apresentar um motivo válido para o atraso?

O empregador deve avaliar a justificativa e pode optar por abonar o atraso, evitando descontos ou punições.

Existe um limite de tolerância para atrasos?

Sim, muitas empresas adotam um tempo de tolerância (ex: 5 ou 10 minutos) antes de considerar o atraso oficialmente.

Pontos-chave sobre atrasos e retorno ao trabalho

  • Não é permitido mandar o funcionário voltar para casa por atraso sem acordo.
  • Descontos salariais podem ser aplicados proporcionalmente ao atraso.
  • Atrasos frequentes podem acarretar medidas disciplinares.
  • Justificativas válidas devem ser consideradas para evitar penalidades.
  • Políticas internas podem estabelecer tolerância para atrasos.
  • Conversa e comunicação transparente ajudam na gestão do ponto e atrasos.

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