Como Funciona Mudar de CLT Para PJ na Mesma Empresa

Mudar de CLT para PJ na mesma empresa envolve negociar contratos, ajustar benefícios e lidar com impostos e autonomia profissional.


Quando um funcionário deseja mudar de regime CLT para PJ (Pessoa Jurídica) dentro da mesma empresa, ocorre uma alteração na forma de contratação que impacta diretamente direitos trabalhistas, tributação e a relação de trabalho. Essa transição não é simplesmente uma mudança de cargo, mas sim uma nova forma de vínculo, onde o profissional deixa de ser um empregado para ser um prestador de serviços, com contrato de prestação e emissão de notas fiscais.

Este artigo explicará detalhadamente o que acontece nessa mudança, quais são os principais aspectos legais e administrativos envolvidos, além de apresentar os cuidados que tanto o trabalhador quanto a empresa devem ter para que a alteração seja feita de maneira correta e dentro da legislação vigente.

O que significa mudar de CLT para PJ na mesma empresa

Passar de um contrato regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para um contrato como Pessoa Jurídica significa que o colaborador deixa de ser um empregado formal para se tornar um fornecedor de serviços. Como PJ, o profissional normalmente abre uma empresa (MEI, ME ou outro regime empresarial) e presta serviços mediante contratos específicos.

Principais diferenças entre CLT e PJ

  • Vínculo empregatício: CLT tem vínculo direto, com direitos como férias, 13º salário, FGTS e INSS pagos pela empresa. PJ não tem vínculo empregatício, direitos trabalhistas e deve cuidar da própria contribuição previdenciária.
  • Tributação: CLT tem descontos automáticos no salário, enquanto PJ emite notas fiscais e paga impostos conforme regime (Simples Nacional, Lucro Presumido, etc.).
  • Jornada de trabalho e controle: CLT tem jornada regulamentada e controle de ponto, PJ tem maior autonomia, embora a empresa não possa impor subordinação rígida para evitar caracterização de vínculo.

Processo para realizar a mudança

  1. Rescisão do contrato CLT: O empregado precisa ser formalmente desligado da empresa segundo as regras trabalhistas, recebendo direitos proporcionais.
  2. Abertura da empresa: O profissional cria sua pessoa jurídica, podendo ser MEI, ME, ou outro tipo, de acordo com o faturamento e atividade.
  3. Contrato de prestação de serviços: A empresa e o PJ firmam um contrato detalhando serviços, prazos, condições e forma de pagamento.
  4. Emissão de nota fiscal: O prestador emite nota fiscal para receber pelos serviços prestados.

Cuidados legais e riscos

Para que a empresa e o profissional estejam resguardados é fundamental evitar situações que caracterizem vínculo empregatício oculto. Exemplos incluem:

  • Manter controle rígido de horário e jornada;
  • Exigir subordinação explícita;
  • Não permitir autonomia na execução dos serviços.

A Justiça do Trabalho pode requalificar a relação como emprego, gerando passivos trabalhistas para a empresa.

Benefícios e desvantagens da mudança

Para o trabalhador: maior flexibilidade e possibilidade de ganhos maiores como PJ, mas perda de direitos como férias, 13º, FGTS e necessidade de gestão tributária própria.

Para a empresa: redução de encargos trabalhistas e maior flexibilidade contratual, porém risco trabalhista se a relação for configurada como vínculo de emprego.

Principais Direitos e Deveres ao Trocar de CLT para PJ

Ao optar por mudar de CLT para PJ dentro da mesma empresa, é fundamental entender as diferenças legais e os impactos práticos dessa transformação no vínculo empregatício. A transição implica uma mudança significativa na relação de trabalho, que envolve direitos, deveres e responsabilidades distintos.

Direitos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

Enquanto empregado CLT, o trabalhador conta com uma série de garantias, tais como:

  • Férias remuneradas com acréscimo de 1/3 do salário;
  • 13º salário, pago anualmente;
  • FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), com depósito mensal de 8% do salário;
  • INSS, que assegura benefícios previdenciários como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade;
  • Horas extras remuneradas;
  • Estabilidade contra demissão sem justa causa, incluindo aviso prévio e multa rescisória.

Esses direitos são protegidos pela legislação e garantem uma segurança financeira e social para o trabalhador.

Responsabilidades e Deveres na Condição de Pessoa Jurídica (PJ)

Ao tornar-se prestador de serviços como PJ, o profissional passa a ser responsável por diversas obrigações fiscais e administrativas:

  • Emissão de notas fiscais para comprovar os serviços prestados;
  • Pagamento de tributos como Simples Nacional, ISS e, dependendo do regime, IRPJ e CSLL;
  • Gestão da própria contribuição previdenciária, que não é mais retida diretamente pela empresa contratante;
  • Ausência de direito a benefícios trabalhistas típicos, como férias remuneradas ou 13º salário;
  • Necessidade de controle financeiro rigoroso para garantir o pagamento de impostos e manutenção do negócio.

Exemplo Prático

Suponha que um profissional que recebia R$ 5.000 mensais como CLT decida migrar para PJ e cobrar R$ 6.500 por mês para compensar a ausência de benefícios trabalhistas. Além disso, ele precisa considerar o pagamento mensal do Simples Nacional, que pode variar entre 6% a 17% dependendo do anexo e faturamento, além de outras despesas fiscais.

Comparativo entre Direitos e Obrigações – CLT x PJ

AspectoTrabalhador CLTProfissional PJ
Benefícios trabalhistasFérias, 13º salário, FGTS, seguro-desempregoNão possui benefícios trabalhistas, deve gerenciar autonomia
TributaçãoINSS e imposto de renda retidos na fonte pela empresaResponsável pelo pagamento de tributos sobre o faturamento (Simples, ISS, IRPJ)
Segurança jurídicaGarantida pela legislação trabalhista e CLTContrato de prestação de serviços rege a relação, sem vínculo empregatício
Controle financeiroEmpresa gerencia salários e benefíciosProfissional deve controlar receitas, impostos e despesas administrativas

Dicas para uma Transição Segura e Eficaz

  1. Analise cuidadosamente o contrato de prestação de serviços, verificando cláusulas sobre prazos, responsabilidades e rescisão.
  2. Consulte um contador para entender as obrigações fiscais e escolher o regime tributário adequado, evitando surpresas financeiras.
  3. Calcule o valor justo para cobrança como PJ, considerando a perda dos benefícios CLT e o pagamento de impostos.
  4. Garanta que a prestação de serviço seja autônoma e evite características típicas de vínculo empregatício, como horário fixo e subordinação direta, para evitar problemas legais.

Vale lembrar que a transformação de vínculo CLT para PJ, sem um planejamento adequado, pode resultar em riscos trabalhistas e fiscais significativos para ambas as partes.

Perguntas Frequentes

O que significa mudar de CLT para PJ na mesma empresa?

Significa alterar a forma de vínculo empregatício, deixando de ser empregado registrado para atuar como prestador de serviços Pessoa Jurídica.

É permitido fazer essa mudança legalmente?

Sim, desde que haja acordo entre as partes e que a mudança não configure fraude ou vínculo empregatício disfarçado.

Quais são os benefícios de mudar para PJ?

Maior flexibilidade fiscal, possibilidade de emitir notas fiscais e redução de impostos trabalhistas.

Quais riscos essa mudança pode trazer?

Perda de direitos trabalhistas, como férias, 13º salário e FGTS, além de possíveis autuações por irregularidades.

Como deve ser feita a transição de CLT para PJ?

Por meio de um contrato de prestação de serviços, com cuidado para formalizar corretamente a relação entre as partes.

É necessário fechar a conta CLT para virar PJ na mesma empresa?

Sim, o contrato CLT deve ser rescindido antes do início da prestação de serviços como PJ para evitar conflitos legais.

Pontos-chave para entender a mudança de CLT para PJ na mesma empresa

  • Diferença de vínculo: CLT é vínculo empregatício, PJ é prestação de serviços.
  • Implicações legais: A mudança deve respeitar a legislação para evitar fraude trabalhista.
  • Direitos trabalhistas: São perdidos ao deixar o regime CLT.
  • Tributação: PJ geralmente tem impostos diferentes e pode ser mais vantajoso fiscalmente.
  • Formalização: Contrato de prestação de serviços deve ser claro e detalhado.
  • Rescisão do contrato CLT: Necessária para evitar problemas legais.
  • Negociação: Acordo entre empregado e empresa é fundamental para uma transição segura.
  • Cuidados: Evitar subordinação direta, controle de jornada e demais características típicas do vínculo empregatício.

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